No Dia Internacional da Mulher, a revista Ela, do Globo, publica uma reportagem com histórias de mulheres práticos no país. Como conta a matéria, a praticagem brasileira tem nos seus quadros apenas 2,2% de mulheres. Mas, o sexo feminino vem conquistando cada vez mais espaço na profissão.
Leia um trecho da reportagem:
O navio de guerra da Marinha americana USS McFaul se aproximava do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, em 2015, e Débora Gadelha era pura ansiedade. Como toda grande embarcação que entra na costa brasileira e quer estacionar num cais, o contratorpedeiro precisaria da ajuda de um prático, nome que se dá ao profissional responsável por manobrar os barcos nos portos e evitar acidentes. Débora torcia para ser a escolhida para acolher o destroyer, pois operar o navio seria um marco em sua carreira. “Eu ficava pensando em como eles iam me receber, como é o tratamento da mulher pela Marinha americana”, lembra a carioca de 38 anos, que teve a sorte de ser o prático da vez na hora da chegada do USS McFaul. “No final da manobra, o comandante até me deu uma medalha.
O presente se juntou a outra marca de orgulho: Débora foi a primeira prático do sexo feminino, há exatos dez anos, a ser certificada pela Marinha para a função. Ela faz parte do reduzido número de 14 mulheres num universo de 635 profissionais desse tipo, espalhados por 22 zonas estabelecidas pela Marinha (é a organização que regula a profissão, mas todos são autônomos). Na conta, a praticagem brasileira tem ínfimos 2,2% de mulheres, e esse abismo ajuda a justificar a tensão inicial de subir num navio desconhecido. A profissão, como a maioria relacionada a assuntos marítimos, ainda é majoritariamente masculina. Mas, finalmente, mesmo que aos poucos, o sexo feminino vem conquistando espaço.