A transferência de óleo entre navios por meio da técnica “transbordo a contrabordo” no píer do Terminal da Baía da Ilha Grande (Tebig) já é uma realidade em Angra dos Reis. A manobra ocorre quando os navios estão atracados. A modalidade é diferente da conhecida como “ship to ship”, que acontece quando embarcações estão em alto-mar. A implantação dessa nova forma de transferência de carga no Tebig foi apoiada pela Praticagem do Rio junto à Petrobras desde o início dos estudos para a adoção do método em 2014.
De acordo com Joselito Câmara, gerente de Implantação de Novas Operações da Petrobras, a implantação do “transbordo a contrabordo” no Tebig ocorreu dentro de rigorosos padrões de segurança. As primeiras manobras no terminal foram realizadas entre os meses de novembro e dezembro de 2017. Antes disso, porém, em maio do mesmo ano, uma operação piloto com a presença de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) foi realizada com sucesso.
– A Petrobras vê essas operações de “transbordo a contrabordo” como uma grande vitória. Foram dois anos de estudos complementares até chegar às operações. Foram realizados diversos estudos de engenharia civil, náuticos e portuários. Ressaltamos o apoio técnico tanto da Autoridade Marítima quanto da Praticagem do Rio de Janeiro e do CONAPRA (Conselho Nacional de Praticagem) – comentou o gerente informando que o objetivo é atender a demanda da Petrobras com o aumento das exportações.
Ainda conforme Câmara, o apoio da Praticagem foi fundamental para o desenvolvimento dos estudos necessários para a efetivação da nova técnica:
– A Praticagem do Rio de Janeiro e o CONAPRA aturam como grandes consultores. Hoje em dia, ficamos muito mais seguros e tranquilos porque em todas as fases dos estudos esse conhecimento técnico foi colocado em prática. Sem a opinião e a participação da Praticagem, não teríamos conseguido chegar até a implantação e ao sucesso da operação.
Segundo Câmara, a implantação dessa modalidade de manobra permitiu que fosse dobrada a capacidade de operação do Terminal mesmo sem terem sido investidos grandes recursos financeiros. Ele lembra ainda que se fosse construído um novo píer levaria no mínimo entre quatro e cinco anos. Os estudos que resultaram na adoção do novo método ocorreram em menos de dois anos.
– Os práticos do Rio já realizavam as antigas operações “ship to ship” que estão interrompidas desde 2015. Eles já tinham cinco anos de experiência. A Praticagem do Rio é no Brasil a com maior experiência em atracação a contrabordo. Só no antigo terminal em Angra dos Reis, numa enseada chamada Sítio Forte, foram feitas 225 operações bem sucedidas – explicou Câmara.
Conforme Câmara, enquanto as operações estavam interrompidas em Angra, a Petrobras estava levando os navios para fazerem a transferência de cargas no Uruguai. Em paralelo ao Tebig, a Petrobras também conseguiu implementar operações de “transbordo a contrabordo” em São Sebastião, em São Paulo.
– A Petrobras precisa ter opções. Quanto mais, melhor. Temos a intenção de operar no Porto do Açu, mas isso depende de negociação para comercialização – disse Câmara acrescentando que esse novo tipo de operação vai gerar mais receita para o município de Angra e o Estado do Rio:
– Quando se faz esse tipo de operação, há uma otimização do Terminal. Toda comunidade em volta sai ganhando. Fomos buscar inspiração de transbordo nos portos da Ásia e da Europa. Esse tipo de operação tem futuro no país.
Operação exige cuidados
De acordo com Porthos Augusto de Lima Filho, Vice-Presidente da Praticagem do Rio de Janeiro, no “transbordo a contrabordo”, o navio atraca ao cais e, em seguida, vem outro navio e atraca a contrabordo dessa primeira embarcação. A manobra, que é feita por dois práticos, leva em média três horas. A transferência da carga ocorre de um navio para o outro e exige uma série de cuidados:
– Diferentemente de uma atracação normal num cais com uma estrutura toda dimensionada, quando você atraca um navio a contrabordo de outro navio, são colocadas algumas defensas flutuantes para absorver um pouco o esforço, mas a manobra em si tem que ser extremamente cuidadosa porque você precisa alinhar o navio que está atracando ao lado do outro, com uma distância bem pequena, e isso tem que ser cuidadosamente planejado e executado levando em conta as forças de corrente e vento presentes na área e as características de cada navio. Então é uma manobra de extrema precisão. A Praticagem do Rio realiza esse tipo de manobra há cerca de um ano no Porto do Açu.
Segundo o prático André Kouzmine, na fase final, a manobra “transbordo a contrabordo” é um pouco mais delicada:
– Quando você atraca no terminal, ele tem uma estrutura de defensas que consegue absorver melhor o impacto. Já quando o navio atraca a contrabordo, colocamos essas bóias de Yokohama (tipo de defensa) que não têm uma estrutura tão forte sobre esse impacto. Elas ficam em movimento, podem se deslocar um pouco. A aproximação final de um navio ao outro tem que ser muito mais devagar. Durante a manobra existem ventos, correntes, ondas que podem atrapalhar essa aproximação final.
8 de junho de 2018
A ação rápida da Praticagem do Rio de Janeiro impediu que a tragédia envolvendo duas embarcações pesqueiras com 22 pessoas a bordo na Baía de Sepetiba, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, fosse ainda maior. No acidente na madrugada desta sexta-feira, dia 08, seis pessoas foram encontradas mortas. As operações de resgate foram coordenadas inicialmente pelo prático Rafael de...
15 de maio de 2019
No dia 16 de maio de 1939, foi fundada a Associação dos Práticos dos Portos da Baía de Guanabara. Aquele ato marcou o início da Praticagem organizada no Rio de Janeiro. No estado, a chamada de ZP-15 atende quatro subáreas: Baía de Guanabara; Mangaratiba, Sepetiba, Itaguaí e Angra dos Reis; Arraial do Cabo e Porto do Açu. Parabéns a toda comunidade...
11 de maio de 2022
Prático do Rio de Janeiro e Doutor em Direito, Matusalém Pimenta lançou ontem, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), a terceira edição atualizada do livro “Direito Processual Marítimo”. A obra foi ampliada com as mudanças sedimentadas após o novo Código de Processo Civil de 2015. Além disso, traz propostas para o Tribunal Marítimo, como uma...
25 de novembro de 2019
A Praticagem do Rio patrocina hoje a única biblioteca do bairro do Caju, mantida pela Fundação Gol de Letra. Pelo espaço, que fica num dos acessos ao Porto do Rio, chegam a circular 700 pessoas, de todas as idades, por mês. Lá, são desenvolvidas atividades ligadas à leitura e também educacionais e culturais. Ao lado, o selo que marca essa...
17 de agosto de 2023
A Praticagem do Rio de Janeiro recebeu na terça-feira (15) a visita em sua sede de uma turma de alunos do curso “Jovens Talentos da Navegação”, oferecido pelo Instituto Mar e Portos (IMAPOR) e voltado para a capacitação e empregabilidade no setor marítimo. O IMAPOR é um associação criada por agências marítimas, companhias de navegação e terminais portuários do Rio...
22 de agosto de 2022
Rebocadores da Camorim Serviços Marítimos prestaram homenagem nesta segunda-feira (22) ao prático Vitor Emanuel Costa de Castro, de 60 anos, que morreu neste domingo (21). Ele estava na Praticagem há 36 anos e sofreu um infarto quando andava de bicicleta. Durante a homenagem no Porto do Açu, em São João da Barra, e na Praça Mauá, no Centro, ambos no Rio de...
28 de outubro de 2023
Pela primeira vez, o navio mercante Ever Far atracou no Porto do Rio. A chegada foi na última quarta-feira (25/10) e faz parte da primeira viagem do gigante na linha Far East - South America Service (ESA). Com comprimento de 333,90 metros e boca de 48,40 metros, o porta-contêineres, de propriedade do armador Evergreen, sediado em Taiwan, tem capacidade de...
31 de outubro de 2017
Análise da qualidade da água corria risco de interrupção por falta de recursos Uma vez por mês, em 12 expedições durante o ano, desde 1997, pesquisadores do Laboratório de Hidrobiologia da UFRJ saem em busca de amostras das águas da Baía de Guanabara. A equipe monitora a quantidade de oxigênio, nitrogênio e fósforo do espelho d'água. Ameaçado de interrupção por falta de recursos,...
24 de junho de 2022
O presidente da Praticagem do Rio de Janeiro, Everton Schmidt, acompanhado do assessor institucional, Marcus Vinicius, visitou a empresa Wilson, Sons na cidade de Santos, em São Paulo. Na ocasião, Schmidt e Vinicius puderam acompanhar todo trabalho da empresa de rebocadores. Os representantes da Praticagem RJ ressaltaram a “excelência” das atividades desenvolvidas pela Wilson, Sons.