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Nova tecnologia vai aumentar a precisão do calado da Baía de Guanabara



Divulgação/Argonáutica Legenda: Uma das boias do sistema redraft na Baía de Guanabara

Software conta com informações sobre condições ambientais captadas por boias no mar

Uma tecnologia desenvolvida para a praticagem pela empresa Argonáutica e a Universidade de São Paulo (USP) vai ajudar na entrada de navios maiores na Baía de Guanabara, aumentando a segurança. Chamado de Sistema Redraft, ele permite o calculo de calado por meio do cruzamento de dados sobre as características das embarcações e de ventos, correntes, ondas e maré. Em fase de testes – iniciados este ano e que vêm sendo acompanhados pela Marinha – o Redraft transmite para uma central de informações em tempo real os dados captados por sensores instalados em duas boias fundeadas nas proximidades da entrada da baía.

Para especialistas, o aumento do porte de navios porta-contêineres é uma tendência do comércio marítimo mundial, que hoje busca ganhos de escala. Os dados fornecidos pelos sensores à central são tratados e processados por um sofisticado software que fornece o calado máximo para cada embarcação. Com base nesses resultados, a Praticagem do Rio de Janeiro e a Capitania dos Portos verificam se é possível os navios acessarem o Porto do Rio, pela Barra Grande. O sistema integra modelagem computacional detalhada das embarcações, dados medidos em campo pelas boias, levantamento batimétrico CAT-A e análise estatística de forma automática.

– Os dados chegam brutos para nós e são processados pelo software junto com as características do navio. O Redraft, então, calcula o calado para aquele determinado momento ou para até 48 horas, com grande margem de segurança – explica o presidente do Sindicato da Praticagem do Estado do Rio de Janeiro, Everton Schmidt, acrescentando que o calado delimitado pela Marinha para a Barra Grande é de 12,6 metros, sendo que a ferramenta matemática desenvolvida pela USP tem a capacidade de precisar melhor esse valor.

Segurança para Ciclovia Tim Maia

O sistema é custeado pela Praticagem e pelos terminais de container do Porto, com a manutenção dos equipamentos realizada pela UFRJ e a FURG dentro do projeto SiMCosta, que visa a estabelecer um sistema de observações meteoceanográficas na costa brasileira.

Schmidt afirma que a tecnologia também vem contribuindo com a prefeitura, que já utiliza os dados meteorológicos captados pelas boias para monitorar o funcionamento da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer. A queda de um trecho da pista, durante uma ressaca, no dia 21 de abril do ano passado, matou duas pessoas. As informações em tempo real são repassadas ao Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova.

– Os dados online sobre as ondas ajudam a prefeitura a decidir se deve abrir ou fechar a ciclovia – afirma Schmidt.