Eles ficam a postos 24 horas, nos sete dias da semana, para atender às demandas da Praticagem do Rio de Janeiro. De olhos atentos, os profissionais que trabalham no Centro de Controle de Operações assessoram todos os navios que entram e saem na Zona de Praticagem 15 (Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Porto Açu e Mangaratiba). Apenas este ano, até o dia 31 de outubro, esses operadores acompanharam 11.292 manobras. Desde que este registro foi informatizado, em 2010, as manobras já atingiram a marca de 19.149 apenas no ano de 2012.
De acordo com o supervisor de operações do Centro de Controle, Ricardo Lindgren de Carvalho, os operadores dão suporte na marcação das manobras, conversam com a autoridade portuária – que é a Companhia Docas – e com os terminais privados, fazem contatos com as empresas de rebocadores, verificam se esses equipamentos estão corretamente dimensionados, trocam informações com os práticos e falam com os comandantes dos navios (confirmando a sua localização) por meio de rádios VHF. As manobras de navios de passageiros também passam pelo Centro de Controle.
– Os operadores fazem com que esse casamento perfeito aconteça. Ou seja, o trabalho do operador é muito importante. Ele é elo fundamental entre todos os elementos necessários para uma boa manobra – sintetiza Lindgren.
O Centro de Controle de Operações do Rio de Janeiro está instalado no Centro da cidade, em uma das salas onde fica localizada a Praticagem. Neste local, há três mesas com monitores onde os operadores, que trabalham em turnos de seis horas, têm informações em tempo real sobre os navios. A comunicação é feita via rádio. O operador recebe um sinal de posição transmitido pelos navios (conhecido como sistema AIS) e tem acesso às cartas náuticas vetoriais (que reúnem dados reais do contorno geográfico local).
– Conseguimos visualizar todas as embarcações que se movimentam no Porto do Rio, mesmo que as que não contam com prático. Também auxiliamos o controle das embarcações que entram e saem do Rio para que não haja uma colisão – explica a operadora Carmem Lúcia Athayde, ressaltando que é preciso estar alerta: – Para quem chega e vê o nosso trabalho pela primeira vez, acha que é difícil. São muitos detalhes pequenos que a gente tem que controlar, ficar atento.
Desde fevereiro deste ano, conforme Lindgren, o trabalho dos operadores também tem sido auxiliado com o Sistema ReDRAFT. A tecnologia determina o calado máximo para que as embarcações possam acessar o Porto e fornece dados medidos em campo e em tempo real (onda, corrente, vento e maré):
– Dependendo desses comportamentos, a gente sabe se o navio vai subir e descer e qual profundidade que vai ter no fundo. Esse sistema oferece ao operador e, consequentemente ao prático, dados a mais para que ele navegue com segurança.
Apesar de a escala de trabalho coincidir com os finais de semana, feriados e datas festivas como o Natal, os operadores dizem que gostam do que fazem. O operador Leonardo David Silveira Pereira conta que consegue ter mais flexibilidade no seu dia a dia.
– Eu gosto do que faço. A gente não fica preso o tempo todo. Você consegue tirar folgas durante a semana, e, para mim, isso é ótimo – disse Pereira, lembrando que estar atento no desempenho da função é essencial: – Se acontece algo de errado, a primeira coisa que temos que fazer é informar à Capitania dos Portos. Nosso trabalho é como se fosse um motor: se ele para, toda a cadeia é afetada.
Além da parte operacional, a área burocrática tem que estar em sintonia com as atividades dos operadores. A coordenadora administrativa da Atalaia de Mangaratiba, Márcia Jannuzzi, lembra que tudo deve funcionar em harmonia.
– Tenho que estar precavida caso falte luz, telefone, rádio, se um operador vai faltar. O meu telefone está sempre ligado. Tudo integra uma engrenagem que não pode parar – explicou Márcia.
Foto: Os operadores Leonardo Pereira e Carmem Lúcia Athayde no Centro de Controle de Operações.
Eles estão sempre ligados nas manobras dos navios