Notícias


Prático controla cargueiro sem governo em Sepetiba e evita colisão com outro navio



A atuação rápida e eficiente de um prático evitou um grave acidente com um cargueiro na Baía de Sepetiba. O prático Linneu James fazia a manobra do navio, que deixava o Porto Sudeste em direção ao Porto do Rio, na tarde de segunda-feira, quando a embarcação ficou totalmente sem energia por uma possível falha nos geradores, perdendo o leme e o motor na altura do Terminal da Ilha Guaíba. O cargueiro seguia em velocidade alta, de cerca de dez nós, e corria sério risco de colidir com outra embarcação mais à sua frente. Caso mudasse de direção, o perigo era de encalhe. O prático, então, após analisar rapidamente a situação, conseguiu controlar o navio desgovernado, comandando uma operação com as suas duas âncoras:

“O navio ficou à deriva com quase dez nós de velocidade e enquanto se dirigia para um local de manobra restrita tendo à frente um navio atracado no berço Sul. Se fosse para o outro lado, encalharia.  O que me ocorreu na hora foi largar nosso ferro de bombordo, o mesmo que arrastar âncora”,  conta Linneu James, acrescentando. “Ele começou a guinar para o outro lado, e eu consegui controlar o navio com os dois ferros (duas âncoras), em profundidades variadas. Assim, evitamos a colisão com o outro navio e reduzimos a sua velocidade antes que encalhasse”.

A operação prosseguiu com a ajuda de três rebocadores da Vale:

“Eu parei bem perto do local de águas rasas. Se o navio girasse, encalharia com a popa. Utilizei os rebocadores e consegui manter o navio fundeado. E ele foi rebocado para a bacia de manobras. Os rebocadores ficaram segurando o navio até que houvesse mais segurança”, completa  Linneu James, que trabalhou também para evitar nervosismo entre a tripulação do cargueiro. “Eu precisava tomar decisões para mitigar o problema.  A função do prático é também transmitir calma, mantendo comandante e timoneiro calmos. Disse que a manobra estava comigo, e que eles seguiriam minhas instruções. Tudo com calma e eficiência, mas sem ser devagar. Não podíamos perder tempo”.

Presidente da Praticagem do Rio, Everton Schmidt elogia a atuação do prático, que salvou o cargueiro de um acidente, e o treinamento no Centro de Simulação:

“Isso não acontece com frequência, mas pode acontecer. E, quando ocorre, temos que estar preparados. Por isso, é tão importante o treinamento com o nosso simulador, especialmente das manobras de emergência. Utilizamos o simulador em campanhas internas de solução de problemas, nas quais todos os práticos podem participar, para que, na vida real, a gente consiga ter discernimento ao manobrar o navio com segurança”, destaca Schmidt, ressaltando ainda a qualidade do sistema de verificação (vetting) do Porto Sudeste. “No Porto Sudeste, os navios passam por inspeções rigorosas para que falhas de máquina e de leme sejam evitadas ao máximo. Apesar de toda precaução, podem ocorrer esses problemas.  A gente sempre agradece ao Porto Sudeste por sua eficiência nesse sistema. Os casos que ocorrem lá são mínimos. Mas os práticos nunca estão a salvo disso”.

Para o diretor de Operações Portuárias do Porto Sudeste, Guilherme Caiado, a atuação do prático Linneu demonstra a capacitação técnica dos profissionais da Praticagem do Rio e a sua busca incessante pelo conhecimento das regiões onde executam manobras, incluindo metodologias para mitigação de risco.

“A prática diuturna das manobras como também nos simuladores de manobras em entidades externas, como na USP, ou até mesmo no seu simulador instalado na Atalaia proporciona aos terminais portuários um elevado padrão de segurança e uma tranquilidade para que possamos desenvolver a nossa atividade no mais elevado nível de eficiência”, comenta Caiado. “E eu queria deixar meu agradecimento ao prático Linneu, responsável pela manobra, que com toda sua habilidade e conhecimento técnico transformou um evento de emergência em um evento conduzido de forma tranquila e segura, sem que houvesse nenhum dano ao navio, ao meio ambiente e às operações do complexo portuário”.