Uma embarcação movida a energia solar construída por aspirantes da Escola Naval da Marinha em conjunto com a UFRJ vai atravessar este ano o Atlântico para, na Holanda, participar da sua primeira competição internacional. Depois de ser o campeão, na categoria Monocasco, da 9ª edição do Desafio Solar Brasil, em dezembro passado, realizada em Angra dos Reis, o barco Almirante Tamandaré – da Equipe Solar Team e Solar Brasil – enfrentará o desafio de navegar junto a embarcações de outros países no Dutch Solar Challenge, em julho. A Praticagem do Rio é uma das patrocinadoras dessa viagem, ajudando a arcar com os custos do transporte do barco e com a ida do time (cinco integrantes da Escola Naval e seis da UFRJ).
– Agora em janeiro começamos a fabricar nosso terceiro casco (desde que o projeto foi iniciado), modelado em laboratório para atingirmos o maior rendimento possível. Queremos representar a bandeira do Brasil lá fora – explica Rodrigo Silva Dias, capitão de corveta e coordenador de atividades extracurriculares da Escola Naval.
O evento na Holanda ocorre a cada dois anos, com equipes universitárias de países como Estados Unidos, China e Bélgica. Representa uma oportunidade única de troca de tecnologias e experiências. Com seis metros de comprimento e um metro e meio de boca, a embarcação carioca usa a tecnologia de placas solares, sem uso de qualquer combustível.
– As placas fornecem uma corrente para as baterias, que são recarregadas inclusive durante a competição. O objetivo é que o barco seja autônomo em termos de energia – acrescenta o capitão.
Durante a competição na Holanda, a marca da praticagem estará à vista de todos na embarcação. A ideia do projeto nasceu no final de 2016 entre alunos da Escola Naval, que uniram seus conhecimentos sobre navegação com a bagagem no campo científico e tecnológico do Polo Náutico da UFRJ. Somente a construção do barco, bancada por uma empresa e feita com mão de obra universitária, é avaliada em R$ 200 mil. Na iniciativa, estão envolvidos 12 aspirantes a oficial da Escola Naval.
Por trás do esforço dos alunos, há um intenso trabalho de pesquisa na área de energias renováveis.
– Nós queremos não só construir embarcações para competições, mas também firmar parcerias para ajudar a desenvolver barcos para transporte de passageiros com o uso de energia solar – diz o coordenador da Escola Naval.